[GUIA] Como fazer uma Gestão de Datacenter - Parte 1

Gestão de Datacenter é um tema com cada vez maior demanda, sobretudo para negócios em crescimento e com expansão demasiada de informações. Porém, não deixa de ser importante para negócios menores, pois todo mundo precisa de segurança com suas informações e dados. Neste artigo você irá conferir como ter uma boa gestão de datacenter, os pontos mais importantes a serem analisados e como analisa-los.
Não vamos economizar em informações e pular etapas. Comecemos com os pontos cruciais. Vamos lá?
Sumário
- Principais prioridades de negócios
- Alinhamento de TI ao negócio
- Gerenciamento de TI
- Definição do nível de serviço a ser adotado
- Backup: Como pode ser feito?
- Disponibilidade x Continuidade do Negócio na gestão de datacenter
- Energia e Climatização
- Armazenamento
- Key TCO Metrics
- Discos convencionais mecânicos x Discos SSD com memória flash
Principais prioridades de negócios
Há alguns fatores predominantes que precedem e compõem uma boa gestão de datacenter, precisamos ter em mente que todo negócio tem suas prioridades. Podemos lista-las como:
– Aprimorar processos;
– Controlar custos operacionais;
– Relacionamento com clientes;
– Efetividade da força de trabalho;
– Aumentar lucro.
Foco do CIO
Dentro das prioridades predominantes na gestão de datacenter citadas acima, há outro fator fundamental para alcança-las. Trata-se do CIO (Chief Information Officer), Diretor de TI, responsável pela área de informática de uma empresa. Dentre suas diversas responsabilidades, as principais são:
– Manter segurança e conformidade do ambiente sob controle;
– Automatizar processos e reduzir complexidade;
– Otimizar recursos, cumprir níveis de serviço e implementar agilidade;
– Facilmente adaptar os serviços de TI de acordo com as necessidades de negócios.
Definição de estratégia
Qual a melhor estratégia para ser adotada? Na hora de definir a melhor estratégia a ser adotada para alcançar a melhor gestão de datacenter, é necessário decidir entre estrutura própria ou infraestrutura como serviço.
Exemplo: O serviço de Cloud Computing será feito de forma IaaS, PaaS ou SaaS?
Clique aqui para conferir exemplos práticos da aplicação desses modelos de nuvem.
Alinhamento de TI ao negócio
O alinhamento de TI ao negócio passa por diversas camadas até chegar na camada de datacenter, todas essas camadas são fundamentais para agregar na gestão de datacenter.
- Camada de Negócio (CRM, ERP, cliente) – Governança corporativa; diretrizes estratégicas; conformidade com legislação.
- Camada de Aplicação Regras de Negócio (desenvolvimento/relacionamento) – Concepção de novos sistemas; manutenção sistemas legados.
- Camada de aplicação de infra-estrutura (Oracle, SQL Server, Java, ASP Net, MySQL) – Gestão do ambiente de aplicação e banco de dados.
- Camada do sistema operacional (Windows, Linux) – Gestão do ambiente operacional.
- Camada de virtualização (VMware, Hyper-V, Xen) – Gestão do ambiente de virtualização/cloud computing.
- Camada de dispositivo – Gestão de equipamentos (servidores, storage).
- Camada de rede – Gestão de rede de comunicação.
- Camada de Datacenter – Gestão de datacenter.
No caso de infraestrutura como serviço, o provedor fornecerá o serviço até a camada de virtualização, ou seja, não precisa se preocupar com infraestrutura de datacenter, ar condicionado, energia elétrica, rede de comunicação, camada de dispositivo, servidores/storage ou com a camada de virtualização. Tudo fica por conta do provedor de serviço.
Gerenciamento de TI
Vamos compreender como funciona o gerenciamento de TI no modelo de tradicional e fazer um paralelo ao gerenciamento dos demais modelos.
No modelo de TI tradicional
Você gerencia:
– Aplicação;
– Dados;
– Middleware;
– Sistema operacional;
– Virtualização;
– Servidores;
– Armazenamento;
– Rede;
– Datacenter.
No modelo de Infrastructure as a Service
Você gerencia:
– Aplicação;
– Dados;
– Middleware;
– Sistema operacional.
Provedor gerencia:
– Virtualização;
– Servidores;
– Armazenamento;
– Rede;
– Datacenter.
No modelo de Platform as a Service
Você gerencia:
– Aplicação;
– Dados.
Provedor gerencia:
– Middleware;
– Sistema operacional;
– Virtualização;
– Servidores;
– Armazenamento;
– Rede;
– Datacenter.
No modelo Software as a Service
Provedor gerencia:
– Aplicação;
– Dados;
– Middleware;
– Sistema operacional;
– Virtualização;
– Servidores;
– Armazenamento;
– Rede;
– Datacenter.
Definição do nível de serviço a ser adotado
Agora que você sabe o alicerce que leva à gestão de datacenter, chegou o momento de focarmos e voltar as informações ao datacenter especificamente. Você pode definir o nível do serviço a partir do nível de ambiente.
Ambiente convencional
Disponibilidade: 99%;
Downtime 3.5 dias.
ou
Disponibilidade: 99.9%;
Downtime: 8.4 horas.
Ambiente de Alta disponibilidade
Disponibilidade: 99.99%;
Downtime: 1 hora.
ou
Disponibilidade: 99.999%;
Downtime: 5 minutos.
Apesar da preocupação com desempenho e tempo de resposta, não pode deixar de lado a resiliência do negócio, que consiste em:
Proteção de Informação – Plano de Continuidade – Alta disponibilidade – Conformidade com a Legislação.
Outra coisa importante a se analisar é o nível aceitável de perda para o negócio. Para isso existem dois parâmetros diretamente ligados numa mesma linha.
Recovery Point Objective (RPO) – Quanto eu perdi de informação? Determina o quanto você perdeu de informação.
Recovery Time Objective (RTO) – Qual tempo máximo para recuperação desse ambiente? Segundos, minutos, horas, dias, semanas?
Além desses dois parâmetros, existe um terceiro parâmetro interligado neste eixo.
Network Recovery Objective (NRO) – Qual o tempo máximo que a rede pode ficar fora do ar? O banco de dados pode estar ativo, o ambiente de aplicação pode estar ativo. Mesmo que não tenha perdido informação, a rede pode estar fora do ar.
Backup: Como pode ser feito?
Fundamental na gestão de datacenter, o backup requer uma estratégia, e pode ser feito de diferentes maneiras:
Backup em fita
Pode levar dias ou horas para recuperação do ambiente de acordo com o volume de dados.
Backup em disco
Pode levar horas ou minutos para recuperação.
Replicação assíncrona em disco
Em caso de ambientes mais críticos, replica os dados a cada quinze ou trinta minutos.
Replicação síncrona em disco
Solução de altíssima disponibilidade, onde é replicada automaticamente.
Disponibilidade x Continuidade do Negócio na gestão de datacenter
Como garantir o SLA? O Service Level Agreement trata-se do acordo do nível do serviço. Dentro desse acordo, há uma tierização dos datacenters. Eles são classificados como:
- Datacenter Tier 1: Sem redundância de energia e climatização, com disponibilidade anual de 99,671%. A parada pode chegar até 28h48m por ano.
- Datacenter Tier 2: Redundância parcial de energia e climatização, com disponibilidade anual de 99.749%. A parada pode chegar até 22h por ano.
- Datacenter Tier 3: 72 horas de autonomia de energia e climatização, redundância(N+1), segurança de acesso físico, com disponibilidade anual de 99.982%. A parada pode chegar até 1h36m por ano.
- Datacenter Tier 4: 96 horas de autonomia de energia e climatização, redundância completa (2N+1), segurança de acesso físico, com disponibilidade anual de 99.995%. A parada pode chegar a 24 minutos por ano.
- Servidor Stand-Alone (único): Ambiente sem contingência de hardware, possui segurança e controle de acesso, planos de operação e restabelecimento, documentação e treinamento e possui disponibilidade anual de 99.0%. Sua parada pode chegar a 87h36m ao ano
- Duplicação de servidores: Contingência de hardware, contingência em cluster, recursos de contingenciamento de rede (network) e possui disponibilidade anual de 99.9%. A parada pode chegar a 8h45m por ano.
- Duplicação de servidores em sites distintos: Redução de RTO, redução de RPO, redução de NRO e possui disponibilidade anual de 99.99%. A parada pode chegar a 52 minutos por ano.
- Ambiente de alta disponibilidade: Baixo RTO, baixo RPO, baixo NRO, automação de procedimento para recuperação de desastres, com disponibilidade anual de 99.999%. A parada pode chegar a 5 minutos por ano.
Em 2016, 60% dos novos Datacenters serão 40% menores e suportarão 300 mais carga de trabalho. Fonte: Gartner IT Infraestructure, Operations & Datacenter Summit 2013. 9-10 de abril de 2013 – Sheraton São Paulo WTC Hotel.
O ambiente de TI precisa ser ágil, flexível e dinâmico, alinhado com a estratégia de negócios da empresa. Este ambiente precisa ser unificado e virtualizado, gerido por processos, seguro, automatizado e eco-eficiente (ISO-14001), ou seja se preocupando com a sustentabilidade e o uso eficiente da energia do datacenter.
Quando falamos de eficiência observando o datacenter, o que mais consome a energia é a solução de climatização, consumindo mais de 50% da energia gasta com datacenter. Uma gestão de datacenter eficiente não pode ter gastos exorbitantes com energia e climatização. Como melhorar isso? Confira no tópico a seguir.
Energia e Climatização
Quando se trabalha com corredor quente/corredor frio, há muita perda de calor entre os equipamentos devido ao espaço entre eles. Portanto, o ideal é que se remova a porta dos racks e tenha uma camada de proteção que possa inibir esse espaço entre os equipamentos, para uso mais eficiente da climatização do data center. Com isso, sua climatização estará otimizada.
Porém, o ideal seria cobrir e isolar completamente o ambiente de corredor frio, incluindo na parte superior, para que não haja vazão do ar frio, como na parte da frente e de trás do corredor frio, para que tenha uma boa utilização do sistema de climatização do data center.
Armazenamento
Os dados começam a evoluir no ambiente de produção e não param de crescer. Por isso, é necessário uma solução de storage com a melhor performance e com um consumo eficiente de energia e também adotar novas tecnologias, como compressão de dados de duplicação para otimizar espaço em disco.
Provisionamento por demanda de tal forma que não tenha espaço pré alocado sem uso e adoção de tierização de storage, que faz realocação dinâmica dos dados de acordo com uso entre disco de menor desempenho e maior desempenho.
Key TCO Metrics
Confira alguns pontos de atenção na aquisição desses equipamentos.
- Power consumption – Watts/TB
Quantos watts por terabyte esse equipamento consome. - Aquisition Costs – $/GB
Custo do gigabyte. - Reduced System Weight
Redução do peso do equipamento. - Long-term realibility MTBF
Melhoria no tempo de disponibilidade. - Density/Footprint: TB/SqFt
Densidade, quantidade de terabyte por metro quadrado. - Cooling Efficiency: BTU/TB
Eficiência energética, a quantidade de BTU de climatização vai precisar por terabyte de armazenamento.
Discos convencionais mecânicos x Discos SSD com memória flash
Neste tópico vamos mostrar a comparação entre tecnologias de armazenamento.
Eficiência energética
Disco mecânico: É capaz de armazenar 11.4 GB/w de energia no Datacenter
Disco SSD: 570 GB/w
IOPS
Disco mecânico: Chega a 43.1 IOPS por segundo por watt
Disco SSD: Chega a 42.850 IOPS por segundo por watt
Densidade física
Disco mecânico: 4.2 IOPS por segundo por polegada cúbica(4.2 IOPS/in³)
Disco SSD: 1.250 IOPS por segundo por polegada cúbica (1.250 IOPS/in³)
Capacidade de armazenamento
Disco mecânico: 1 GB/in³
Disco SSD: 16 GB/in³
Conclusão:
O disco SSD é mais performático. Por esse motivo, o valor do disco SSD requer mais investimento.
Matriz comparativa entre disco SSD e disco HDD convencional.
Fonte da imagem http://pt.slideshare.net/IMEXresearch/ss-ds-ready-for-enterprise-cloud
Analogia de desempenho
Comparativo com o discos SAS de banco de dados e para LOG e disco SSD de dados e SSD de log e suas transações por segundo.
Fonte da imagem http://www.anandtech.com/show/2739/11
Podemos concluir que o disco de dados e de LOG quando alternado entre SSD e SAS, o disco de LOG não tem ganho significativo numa SQL na troca de um disco ou de outro. No entanto, na parte de dados, onde o acesso é mais intenso, o ganho é bem significativo. Aumentando o ganho de discos, é possível chegar a mais transações por segundo.
Outro fator importante que você também pode conferir no link acima, é o nível de RAID de proteção.
Independente de ser um disco mecânico ou memória flash, é um equipamento adicional no datacenter, um componente que pode apresentar falhas, portanto, quanto menores as chances de perda de informações, melhor.
O disco pode ter o nível de proteção RAID 5 ou RAID 10
Raid 5: 656 transações por segundo
Raid 10: 810 transações por segundo.
http://www.anandtech.com/show/2739/11
Essa foi a parte 1 do nosso Guia de Gestão de Datacenter, tenho certeza que essas informações serão úteis para você. Se inscreva na nossa newsletter para receber a parte 2 que chegará em breve, além de receber diversas novidades sobre o universo de TI.
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